sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O mais temido dos diagnósticos: CÂNCER



Seria uma sexta-feira qualquer, não fosse o fato de ter ficado marcada como o início de um história que mudaria para sempre nossas vidas. Naquela sexta-feira, do mês de maio de 2014, escolhemos fazer um programa especial em família : acampamento no jardim da nossa casa.

O cenário já estava pronto, já eram 19h, e teríamos comida japonesa para o jantar! Siiiiimmmm, muito fino esse acampamento, e para não quebrar essa atmosfera, o jantar seria então servido na varanda.

Comecei arrumando a mesa (na verdade, "mesa" por força de expressão,
comecei a arrumar a mesa no chão...), e a cada vez que me levantava para buscar outros pratos, molho e tudo que faltava... me parecia que ser a última vez, tamanha dor nas costas. A cada pontada de dor, fazia cara de paisagem, e seguia em frente, já que não queria frustrar os planos do meu filho que tinha levado metade dos brinquedos para barraca e também seu amigo Luigi (um boneco de pano muito simpático) já estava aninhadinho só esperando o soninho trazer seu amigo falante, o nosso João.

Não consegui ir muito longe com minha cara de paisagem, a dor era imensa.
E para minha frustração, não pude fazer parte desse delicioso programa ! Meu marido e o filhão dormiram no jardim, e eu no quarto. Depois de uma noite difícil, nunca o "bom dia" dos dois me foi tão feliz !!! A noite havia sido longa demais! Que alívio, enfim amanheceu !

Ainda com dores paralisantes, tomei um anti-inflamatório, e procurei um ortopedista na 2a. feira, que de imediato pediu uma ressonância, considerando histórico de CA em 2008, e a suspeita de implante (eu não fazia idéia do que viria a ser isso - achei por bem nem perguntar, afinal,  até que o resultado chegasse, essa informação poderia ser um instrumento de tortura).

O resultado trouxe confirmação da suspeita, fui encaminhada para oncologista,
que pediu biópsia com urgência. O resultado confirmou implantação, ou seja o CA de mama foi morar nos ossos da coluna, nas vértebras L3 e L4. Novos exames, novos focos: ilíaco, arcos costais, escápula, externo e também fígado.

Fui resistente a fazer as QT´s (quimio terapias), primeiro por acreditar com toda força do meu coração que Jesus já levou sobre si toda enfermidade (Isaias 53), segundo por ver tantas pessoas sucumbindo após iniciar o tratamento (sei que não é sempre assim!), fiz uso de fitoterápicos que me deram qualidade de vida e creio que prepararam meu organismo para o que viria.

Em Setembro, sofri um acidente de carro, fazendo um acunhamento das vértebras L3 e L4, fui hospitalizada, e por 2 meses usei um colete nada sexi e beeeem desconfortável. Por 40 longos dias, fiz uso de cadeira de rodas para me locomover, precisando de ajuda para ir ao banheiro, tomar banho, e também precisava de alguém para me levar para o banho de sol, especialmente alguém que me tirasse de lá (lembro de uma mensagem do Pe. Fábio de Mello sobre ser inútil e mesmo assim ser amado – vivi isso na pele, e o lado bom, é que me senti muito amada, mas muito mesmo !!).

Nessas condições, ainda crendo, mas entendendo que Deus tem seus planos... fragilizada, e impotente diante da situação de dependência completa, achei que seria egoísmo resistir ao tratamento, já que não seria apenas eu, mas meu "super-herói-sem-capa" (meu marido guerreiro, amoroso e dotado de incrível resiliência), que teria que fazer malabarismos (e fez !!!) para cuidar de mim e do nosso filho de 5 anos, acabei então sedendo aos apelos da oncologista para
iniciar com urgência as QT´s e rádio terapia. 

Ainda ouço sua voz: "Gostaria de dizer que o que você está fazendo está dando certo,  mas não está!”, “Se não for por você, que seja por seu marido e seu filho!!!" Ela foi eficaz, pegou meu ponto fraco, e foi bem na veia, mesmo assim,
disse a ela que iria pensar, mas acabei cedendo.

Não tinha o conhecimento que tenho hoje. “Ah, seu eu soubesse”... Descobri que estava dando certo sim, um tumor visceral cresce muito rápido, e o que havia se instalado no fígado, tinha estagnado, não havia diminuido, mas não estava crescendo. Eu achava que o fato de não ter diminuido era sinônimo de CA evoluindo. O mais puro engano !

Mas, começado o caminho, fui até o fim, foram 36 sessões de QT, 10 de rádio.
Não enjoava, comia de tudo ( cortei geral açúcar, massa, carboidrato com alto índice gilêmico, gordura saturada, refrigerante e sucos e alimentos industrializados). Mesmo com todos os cuidados possíveis, quase surtei, não conseguia dormir por meses, mesmo tomando ansiolítico, emagreci 12 kg, (quando iniciei o tratamento tinha 1,70m de altura, e 58kg, cheguei a 45kg),
fui ficando muito fraca, fraca mesmo (o bracinho do meu filho chegou a ser mais grosso que o meu) pagava para não falar, típico de um quadro depressivo...
Passei então a fazer uso de anti-depressivo (embora totalmente contrariada).
Comecei a fazer cistites de repetição, terminado o efeito do antibiótico, voltavam os sintomas, entrei no ciclo de repetição do antibiótico também.

Eu já não saia do quarto, não queria ver ninguém, comia por obrigação, não sentia vontade de fazer nada, alguns dias nem banho tomava, e minha mente era tomada por pensamentos horríveis que eu não tinha coragem de compartilhar com ninguém, a morte seria lucro para mim ... Insistia em viver por amor a meu filho e marido. E depois também por amor, eu queria morrer, pensava que qualquer coisa seria melhor para meu filho, do que olhar para mim e não conseguir enchergar a mãe... Eu via seus olhinhos me procurando, ele me olhava e desviava o olhar quando via que eu estava olhando também.
Eu me olhava no espelho, tentando encontrar qualquer coisa da Nell, mas não me "re-conhecia". Imaginava como ele se sentia também, essa busca era dolorosa demais. O sentimento de culpa era esmagador, não aceitava minha condição. Sempre fui super ativa, alegre, a última pessoa que alguém imaginaria deprimida.

Passei a duvidar até de Deus, já não conseguia mais orar. Sequer conseguia lembrar de qualquer versículo que pudesse alimentar minha alma no meio do caos que havia se instalado.

Diante desse cenário declinante, meu super-herói-sem-capa, lembrou que em 2008 fiz tratamento hortomolecular quando terminei as QT´s. Então articulou consulta, me colocou no carro e fomos para Florianópolis, consultar com Dr. José Paulo Figueiredo, que pelos sintomas identificou carência de algumas vitaminas e minerais essenciais, solicitou novos exames e foi um agente de mudanças desse quadro de quase morte (são muitos detalhes, poderia escrever um livro).

Em dois dias fazendo uso das vitaminas, já me sentia melhor, conseguia interagir um pouquinho com meu filho, circular pela casa, arriscava até pilotar o fogão (que perigo ! rs), e passei a fazer pesquisas sobre saúde (não sobre a doença, todas as experiências nesse sentido haviam sido muito desastrosas), sobre como fortalecer a imunidade, e descobri coisas fantásticas, simples e poderosas.

Foi um processo lento, de restauração... mesmo conseguindo sair do quarto, eu ainda me sentia dopada, e me esforçava para aceitar minha condição física e mental... "morte" ainda estava no topo da lista de pensamentos.

Desde o diagnóstico inicial, eliminei por completo o consumo do açúcar, descobri que ele causa acidez no sangue, favorecendo o desenvolvimento do CA. Nestas pesquisas, em busca de soluções para fortalecer a imunidade, logo descobri um óleo muito usado pelos índios para cura de todas as doenças, comecei a fazer uso do óleo de copaiba, que age nos 9 sistemas: circulatório, digestivo, intestinal, urinário, respiratório, nervoso, glandular, imunológico e estrutural, também um artigo sobre o Cloreto de magnésio pa, trazia vários depoimentos de cura ou melhora dos sintomas de diversas doenças, inclusive fibromialgia (O mg é responsável por mais de 300 funções no organismo, a principal é a fixação do cálcio nos ossos, também melhora circulação, trato intestinal, dores nas articulações e sono).

Em duas semanas fazendo uso do cloreto de magnésio pa, eu já dormia mais de 5 horas por noite. Me sentia no paraíso, pois já estava até conformada, acreditando que jamais voltaria a dormir mais de 2 ou 3horas por noite. Hoje durmo 8 horas por noite, pego no sono com facilidade e até sonecas da tarde posso fazer !!! \o/

todas estas descobertas, iam me enchendo de alegria, e convicção de que ainda que desistamos totalmente de Deus, ELE não desiste de nós !!!

Depois de uma visitação especial do Santo Espírito de Deus, fiquei livre daquela acusação que me torturava dia após dia, com ele foram também o medo, a angústia, a ansiedade, a desesperança... Fui tomada por uma alegria sobrenatural e senso de gratidão incomparáveis (contarei esta e outras experiências na seção “Crônicas de um milagre”).

Com tudo isso, fui tomada por uma vontade absurda de compartilhar minha experiência, tudo que vivi e aprendi nesse tempo...
Ajudar outras pessoas,  passou a ser meu propósito de vida !

E assim nasceu o ideal da Sementeira !

Porque na maioria das vezes não temos participação ativa no que nos acontece, mas é nossa responsabilidade escolher o que fazer com o que nos acontece.

Escolho então, de tudo, reter o que é bom, transformar em sementes e multiplicá-las através da partilha.

“Examinai tudo. Retende o que é bom.” (I Tes 5:21)

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Watoto Ministries - Oh What Love - Be Exalted 2015




Um lindo projeto, com um valioso propósito !

Só de imaginar a escassez de recursos, e ao mesmo tempo o brilho nos olhinhos dessas cianças, a alegria contagiante, uma energia que não dá para explicar !

Tive o privilégio de assistir a uma de suas apresentações. É espetacular, conseguem capturar a atenção da platéia, e de repente estão todos dançando com as crianças...  Impossível ficar apenas assistindo... 

Elas não medem sua alegria pelas coisas que possuem, mas pelo que há de mais precioso, e que dinheiro algum pode comprar: "a alegria de quem já conhece a Jesus !".

No Watoto, as crianças são estimuladas a sonhar. Tem na ponta da língua a resposta para a pergunta: "O que você vai ser quando crescer?"  E ao completar a idade de deixar o projeto, já com 18 anos, cada um deles,  tem uma profissão, e sai preparado para o mercado de trabalho.  Também são bem resolvidos, emocional e espiritualmente, e mesmo sendo órfãos, sabem o que é ter uma família, e são preparados para formar a sua. 

Meu coração se enche de um misto de alegria, emoção, e gratidão...  
Essas crianças estão fazendo a diferença !

 Nossos filhos precisam ver isso !





quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Alegria nas roupas sujas

Hoje o dia amanheceu cinzento, mas meu coração trazia uma sensação gostosa, que agora encontra eco no lindo sol que veio coroar de alegria esta manhã, me convidando a  colorir meus varais também !!!



Recolhendo do cesto roupas sujas para lavar (pensa em roupas sujas de um feriadão de chuva no campo...)  encontrei também,  para cada meia cheia de lama, uma  memória do sorriso mais gostoso do meu filho, correndo pelo gramado, fazendo novos amigos, um deles de quatro patas com ares de marchador (sim, um cavalo, um lindo e simpático cavalo).  Brincando de caça ao tesouro, conquistando seus “broches de aventureiro”,  “broche da coragem” e tantos outros que trazia para mim cheio de orgulho (pedras, folhas, e  galhinhos secos eram seus prêmios de bravura).

E pode me chamar de louca se você não for mãe! Porque sendo mãe, você sabe o que é isso:  eu-nunca-me-imaginei-tão-feliz,   lavando roupas tãaaaaaaao sujas, com tanta alegria (uso sabão também) !!!

E de repente, entre baldes, água, sabão e estratégias para me livrar daquelas manchas, me peguei chorando de alegria, tentando imaginar o sorriso de Deus,
quando nos recebe sujos, cheios do pecado, sem graça, constrangidos por achar que não merecemos voltar para casa.

Não consigo sequer pensar num Deus zangado, ou furioso, mas sim amoroso,
que nos recebe com o abraço mais afetuoso já recebido, nos limpa e nos dá vestes novas, cheirosas, vestes de louvor, alegria, santidade.

Sempre foi e é assim comigo...  É assim com você também!

Porque SEU nome é AMOR !